22/04/2013 18:53

O trabalho à distância e as vantagens para as empresas


 

Cintia Esteves.

Atualmente são mais de 12 milhões de pessoas no Brasil que trabalham remotamente, número 32% maior do que há cinco anos. Mas apesar do trabalho à distância parecer ter chegado para ficar, muitas empresas ainda hesitam em adotá-lo. Há até quem tenha desistido da ideia como foi o caso do Yahoo. Em fevereiro deste ano a empresa, cuja sede fica nos Estados Unidos, avisou seus funcionários que não seria mais permitido trabalhar em casa a partir de junho. Na ocasião a vice-presidente executiva de pessoas e desenvolvimento da empresa, Jackie Rese, disse que a “velocidade e qualidade são muitas vezes sacrificadas quando se trabalha de casa”.

A medida surpreendeu o mercado, principalmente pelo fato de o Yahoo ser uma empresa de internet. “Se forem tomadas algumas precauções não existem desvantagens para o trabalho remoto. O que aconteceu com o Yahoo foi uma falha na gestão destes funcionários”, afirma Álvaro Mello, presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt). “Os comentários eram de que existiam muitos funcionários aproveitando o tempo livre em casa para se dedicar a atividades particulares como negócio próprio”, afirma Mello, que na época conversou com algumas pessoas próximas a empresa. Para o especialista, não existem desvantagens em adotar formas de trabalho à distância. A produtividade do trabalhador aumenta e ele passa a ter mais qualidade de vida. A estratégia também pode representar uma economia para a empresa. “Para fazer mais contratações, por exemplo, ela não precisaria expandir suas instalações. Bastaria manter alguns funcionários trabalhando em casa em um sistema de rodízio”, afirma. Porém, Mello afirma que é preciso deixar claro para o funcionário as regras do trabalho remoto. O mais indicado, segundo ele, é fazer um adendo ao contrato de trabalho do colaborador.

Perfil

Mello alerta que não é todo funcionário que tem as características necessárias para trabalhar à distância. “O colaborador precisa ter disciplina para cumprir prazos”, afirma. Um funcionário workaholic também não serve para este tipo de trabalho, já que acabaria trabalhando muito mais horas por dia. “A empresa tem que tomar precauções para não ter problemas trabalhistas”, afirma.

Também é indicado que o trabalhador fique apenas alguns dias da semana fora do escritório. Isto porque é importante continuar interagindo com a equipe. Outra observação do especialista é que a empresa adote o home office de maneira planejada. A dica neste caso é iniciar com um pequeno grupo de depois espalhar a modalidade para outras áreas da empresa. Apesar das vantagens para todas as partes envolvidas, o trabalho à distância ainda tem uma grande obstáculo para vencer. “É uma questão cultural. O chefe só acredita que o funcionários está trabalhando quando eles estão no mesmo ambiente”, afirma. ¦

 

É necessário impor metas

A YDreams é perita em estabelecer objetivos para quem trabalham a distância

Ao adotar o home office, a empresa precisa estabelecer metas de curto prazo para os colaboradores. “É uma maneira de estar atento ao que o colaborador esta fazendo e se ele está cumprindo os objetivos”, afirma Karina Israel, diretora executiva da YDreams Brasil, empresa especializada no desenvolvimento de ambientes inteligentes, nos quais desenvolve projetos aliando design e tecnologia.

A companhia adota o home office para a maioria de seus funcionários. E tem tirado algumas lições desta experiência. “Percebemos que o colaborador de nível mais sênior lida melhor com o trabalho à distância pois ele tem mais responsabilidade”, afirma Karina.

Funcionários extras

Além de não exigir que seus funcionários estejam todos os dias no escritório, Karina também procura investir em ações que transformem o ambiente de trabalho em um lugar mais agradável. A pedidos dos funcionários, dois gatos passaram a morar na empresa. Durante o dia, os dois bichanos circulam entre os computadores e divertem toda a equipe. A empresa também disponibiliza alimentos como frutas e gelatinas para os funcionários. Já as reuniões acontecem em lugares diferentes como restaurantes. E a cada quinze dias, a empresa promove um happy hour nas dependências da empresa. “O importante é que o funcionário sinta-se livre para inovar. Não adianta cobrar horário de trabalho. O essencial é que ele apresente resultados”, afirma Karina. Mas a executiva ressalta que não é todo funcionário gosta desta possibilidade de trabalhar em casa. “Deixamos o funcionário agir da maneira que for mais conveniente para ele”, diz. ¦ C.E.

Fonte: Brasil Econômico

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